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Fotos Encuentro
Thursday, June 19th, 2008América, arquitetura e natureza.
Wednesday, April 9th, 2008A arquitetura deve responder nitidamente as situações fundamentais que amparam a vida humana. Essas idéias fazem com que nós, na América, tenhamos que nos reconhecer como portadores de uma experiência extraordinária habitam uma parte do planeta recentemente inaugurada no plano do conhecimento.
Nesse âmbito de raciocínio há uma dimensão particular, para nos brasileiros e americanos, que e o fato de termos uma experiência que se inicia com o mundo moderno. As idéias de modernidade, como dizem os mais amados filósofos, para nós americanos está centrada no discurso de Galileu sobre o Universo, na Reforma como uma porta aberta, larga contrafação a dogmas e paradigmas, na espetacular aventura que comprova as afirmações da ciência, as navegações. Nos, americanos, somos protagonistas particulares destes acontecimentos porque instalamo-nos nesses novos recintos descobertos como quem ocupa um planeta novo.
A aventura de ocupação desse território e, por outro lado, uma sucessão de horrores e erros trágicos, de escravatura, de extermínio das populações locais, do empreendimento colonial desmantelando o território. Essa historia deixou, para nos brasileiros, um desenho -no sentido material, gráfico- imposto pela colonização, a linha do Tratado de Tordesilhas, cujo estigma deve ser contrariado. No âmbito da organização do espaço, enquanto arquitetos, consideramos a idéia de urgência, de essencial e da oportunidade de fazer aflorar o fundamental, como o horizonte primordial da arquitetura, o horizonte da paz. Teremos que fundar nosso raciocínio na questão humanística da paz para engendrarmos nossos projetos que serão realizações de antigos desejos, fundantes do gênero no universo. Trata-se de estabelecer territórios reconfigurados para que os altos ideais humanos se efetivem. E uma resistência contra a miséria.
A revisão critica do colonialismo, quanto á questão da arquitetura e do espaço habitado e fundamental para o estabelecimento de uma personalidade, da concretude do que seja ser homem contemporâneo para todos os povos do mundo. Vemos, na Europa, a reconstrução de cidades destruídas por guerras infames, sempre as mesmas cidades. Nossos olhos se voltam para a idéia de construir as cidades americanas na natureza, estabelecendo novos raciocínios sobre o estado das águas, das planícies e das montanhas, a espacial idade de um continente, novos horizontes para nossa imaginação quanto a forma e o engenho das coisas que haveremos de construir.
Paulo Mendes da Rocha.